quinta-feira, 29 de março de 2007

curtas

  • Eu não sumi não, mas não tenho tido paz de espírito para coordenar as idéias e postar, adoro escrever aqui, mas o duelo com minha ansiedade e mais um monte de coisas rolando tem me mantido ocupado. as coisas aqui estão meio que de cabeça para baixo, mas espero que em breve se ajeitem, melhor elas TEM que se ajeitar.
  • Semana passada abri e fechei no cemitério, cara, faz voce pensar em muita, mas muita coisa.
  • Olha todo mundo fala do preconceito: com cor da pele, com classe social, com os doentes (vide aids), mas é incrível como existe assim uma "reserva", digamos assim, quando estão lidando com portadores de desemprego, é, é isto mesmo incrível, mas é assim. dureza.
  • Algúem do governo, qualquer governo devia vir aqui aonde moro, e depois de ver meninos e meninas trabalhando para ganhar entre r$15,00 e R$30,00 por semana, é por semana e mais nada, nadinha. e ajudam emcasa e estudam `a noite, em escolas sem segurança e sem um monte de coisas, inclusive professores. Então Sr. presidente, ainda acha que ministros com patrimonio são hérois por ganharem R7000,00 mais as mordomias? Depois ninguem entende os expurgos que Stalin fez.
  • O maior câncer da vida trabalhalista chama-se sindicato, não faz nada por ninguem e ainda morde do teu dinheiro, um dia de trabalho por ano e mais algum quando voce é demitido. No meu caso o cara do sindicado não achou sequer a anotação do contrato de trabalho na minha carteira.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Os bolos do lanche

Ontem eu encarei uma parada dura: enterro, pois é diz o ditado que M.. é igual penca de bananas, nunca vem sozinha, acho que a minha penca desta vez tem mais de uma dúzia.
Uma tia morreu dormindo e o sobrinho a encontrou, ainda na cama, pela manhã, a notícia chegou lá em casa por volta do meio dia e largamos tudo e toca pro cemitério.
Cemitérios não me incomodam, e enquanto não dava 5 da tarde, hora marcada para o enterro, considerando que tinha gente vindo de SP, me sobrou olhar a família ali reunida, e ficar tecendo considerações em cima do visto e ouvido.
Morte é inevitável, mas eu continuo achando que tem gente que não merece, se bem que a morte da tia foi, digamos assim, abençoada, sem dor, sem sofrimento, nem dela nem de ninguém, deu boa noite, deitou e morreu dormindo. e quer saber? ela fez por merecer morrer em paz, tinha um coração enorme e é responsável por agradáveis momentos na lembrança de todos.
É inevitável você pensar na brevidade da permanência da gente aqui neste mundo, do quanto do nosso tempo a gente já gastou, se vai fazer tudo que tem que fazer no tempo que falta e coisa e tal. dureza.
Eu me deparei com uma situação nova desta vez:
Havia lá toda uma geração na casa dos vinte, com vínculo entre si, que se apoiou , se confortou, que encarou a coisa como algo dolorido e não merecido, "Tio, a gente aceita, mas não se conforma" , resumiu uma delas, com aqueles belos olhos castanhos vermelhos de chorar.
Havia tambem a geração depois dos 60, os pais os tios, os amigos de família, todos com aquela impressão que a fila deles começou a andar, e nas conversas conferiam a saúde e a vida uns dos outros, me dando a impressão de um check-list ao contrario, numa busca até inconsiente de fazer com que a fila ande o mais lento possível.
E havia eu, e mais dois ou três, no grupo dos quarenta, indefinidos, avançados em relação ao pessoal de 20 e poucos, e olhados ainda como "menores" pelo clã dos 60, olha eu nunca me senti tão deslocado na vida.
Mais do que o tradicional sentimento de culpa por deixar sempre "para depois", N coisas, ficou a nítida impressão que não temos algumas coisas para passar para os mais novos, simplesmente porque na ânsia de viver nossa própria vida, a gente não parou para aprender o que devíamos com os mais velhos e este conhecimento e esta vivência está se perdendo à medida que eles estão partindo.
Corremos o risco de nos tornar velhos "mortos-vivos" , sem historia, sem memória, sem a habilidade de conversar, de contar, de repassar o que se viveu e aprendeu, pelo motivo mais besta do mundo: "deixamos para depois", "depois vamos ter todo tempo do mundo".
Com a tia não tenho drama de consciência, nunca deixei de demonstrar meu carinho e afeto e vou sentir saudades. Ainda lembro do cheio dos bolos, recém assados para o lanche na minha infância.
Ela partiu e deixou os filhos com a vida encaminhada, fez isto com uma maquina de costura, e tem gente ganhando salário e reclamando da vida, depois de avó, começou de novo: voltou para escola e estava feliz porque passou para a 7a serie, é tia, não sei aonde voce está, mas me orgulho de voce, e com certeza, voce vai seguindo e aprendendo, e por aqui prometo tentar fazer o mesmo. agora vou eu fazer bolo para os guris lancharem de tarde como voce fazia pra gente. beijos pra ti.

Tomando caixote.

você já tomou caixote na praia? pois é aqueles segundos nos quais voce "perde o chão" , perde o horizonte e roda, gira, bebe água salgada, bate com todas as partes do corpo no fundo até a hora que voce se estatela na areia sâo interminaveis né?
Meu filho tomou um, dos bons, e ficou um bom tempo sem querer papo com onda, hoje ele diz que encarar os caixotes na praia é que o barato da coisa. Não concordo, mas deixa ele né.
Na vida da gente, acontece vários "caixotes", vários, e eles vão acontecendo e voce TEM que aprender a lidar com eles, afinal não dá para evitá-los, então e preciso "curtir o couro", manter o sangue frio e aguentar o tranco, porque vai passar. voce não acredita? pois é passa, até porque daqui a uns tempos tem outro.
Não rola nenhuma crise de pessismo não nem aquele papo "dura realidade da vida", o que faz os "caixotes" da nossa vida, demorarem ou não machucarem mais ou fazerem mais estragos é a nossa própria teimosia, mas o tempo ensina e aprender não é vergonha, achar que aprendeu o óbvio e andou pagando mico tambem não é , te parece óbvio porque voce aprendeu, ou seja "enxergou" a coisa de uma maneira que se tornou viável entender, resolver, ou conviver.
Sabe acho que esta é a coisa a ser buscada primeiro: Entender o que quer que seja, porque está assim, o que causou, o que sustenta a situação, para saber exatamente como resolver sem trocar um abacaxi por outro.

domingo, 18 de março de 2007

Problema é problema e pronto.

o que é que vai e o que é que fica?
é , veja bem, o que é que vai e o que é que fica?
É preciso muito cuidado com isto, porque normalmente é o inverso do que pensamos/desejamos.
Voce duvida? quando voce vai, o que fica normalmente vai doer e fazer falta.
e o que vai? bem vai com voce, o que voce tem, o que voce te pertence, ou tem que resolver, não da para separar ou atirar numa gaveta, não dá para esquecer.
Não importa a distância, não inporta a direção, o que esta dentro da gente vai junto: os medos, as incertezas, os fantamas, as coisas que negamos, e por aí vai.
A solução para muitas coisas está no mesmo lugar aonde se encontra o problema: dentro da gente, e muitas vezes nós sabemos o que precisa ser feito, mas por N motivos, os quais vivemos procurando, a gente não faz, e segue adiante, sofrendo com a situação com a consequencia e com os danos dos adiamentos.
O pior é que os temores que nos levam a adiar, a evitar e a negar seja o que for, muitas vezes são infundados, quando se dá a solução do problema, devido a motivações inevitaveis, a gente muitas vezes vê que o desfecho não e tão ruim e pior, não tem comparação a toda a angustia e o sofrimento durante o periodo que se evitou tratar o problema.
Problema é problema, senão não tinha este nome, e este nome no geral não carrega nada fácil com ele, e a negação, no geral é um ato instintivo de auto-preservação, não são faceis, não são simples e no geral não precisam ser tratados sozinhos, e tão pouco são motivos para vergonha e embaraço a final quem é que não tem problemas, não é.
A batanha de todo dia, e manter o problema como ele é: um problema, que será resolvido da meelhor maneira possivel e no menor tempo possivel. e lutar sempre para que ele se mantenha assim um problema, e não um fantasma, um motivo de negação e não algo que te corroa por dentro, que te consuma e te prive do bem maior que é a tua propria vida.
Olha, antes de tudo é um desafio pessoal, e não um tratado de psicologia de blog.
Um boa semana para todos.

sábado, 10 de março de 2007

Cadê?

Cadê as mulheres? É cadê? Ein? Quem é que vai me dar conta delas? Onde estão? O que estão fazendo? para aonde estão indo e coisa e tal.
Esta semana teve o dia da mulher, que é todo dia. E mais uma vez eu me vejo preso à pergunta acima; Ta bom eu vou explicar:

Você conhece goiabada com queijo? Doce casadinho? Pois é não da para ter goiabada com queijo só com queijo ou só com goiabada, assim é com homem e mulher.

Cadê as mulheres? é aquelas cujas cinturas estreitas e quadris largos foram imortalizadas em musicas pinturas e poemas.

Cadê as mulheres? Aquelas que cantavam para as crianças dormirem, e contavam historias? Porque as crianças não dormem mais ao som do timbre feminino em musicas de ninar?

Cadê as mulheres? Aquelas personificadas em tipos como Lolita? Aquelas ainda meninas em vestidos e cantigas de rodas? E cabelos sem tinturas, presos quando muitos por fitas e laços? Cadê?

Cadê as mulheres? As que nos acorrentavam às maravilhas que saíam de seus fogões, maravilhas estas que nos curavam o mal humor, a tristeza, a insônia, as gripes e mesmo a saudade, fazendo abrir sorrisos largos nas crianças, e sumir feições emburradas nos mais velhos, e reforçavam os braços dos trabalhadores encantados com o cheiro vindo das marmitas preparadas por elas.
Cadê as mulheres? aquelas, que por seus homens voltavam a ser meninas, exibindo sorrisos e proporcionando recepções capazes de apagar um duro e longo dia de trabalho, e em cujo colo o mais rude, mais decidido e mais duro dos homens é capaz de repousar como se menino ainda fosse? cadê?

Cadê as mulheres? Que entre uma receita e outra, um bordado e outro, uma costura e outra, ensinavam as outras mulheres a arte de ser mulher e a arte de ser mulher com arte?

Não, definitivamente não estou sendo chovinista, machista, nem nada parecido, tem coisas que simplesmente não vão jamais sair da esfera do feminino e pronto. Isto não as diminui nem sub-julga, aliás em relacionamentos de domínio e submissão o dominador depende mais do submisso do que se pensa.


Pois é hoje em dia esta mulheres estão sumidas, e conseqüentemente o sábio ditado que diz que: “Por trás de um grande homem tem uma grande mulher” não tem sido cumprido, e a conseqüência é de que nunca tivemos tantos homens despreparados e medíocres com coisas importantes nas mãos e produzindo um desastre atrás do outro.

Toda mulher tem direito e merece a igualdade, mas por favor, cadê mas mulheres naqueles papeis que somente elas podem desempenhar?

Na “maquina” chamada casal, o homem é o motor, é a força a sobustez, a capacidade, a mulher as curvas, a beleza, dela vem a administração que poupa os recursos, que garante a durabilidade, o timming para a curva ser feita no tempo certo, e dentro das faixas, um não vai a lugar nenhum se o outro, um não progride sem o outro, um se arrebenta se não estiver sincronizado com o outro.

Ah, e que beleza quando a maquina esta reguladinha, “salta aos olhos”, risos, ronco potente, arrancadas fortes e precisas, e o mais importante no tempo certo e somente quando necessário. Causando até inveja só de olhar. Ele se torna respeitado, ela invejada, ele conservado e prospera, ela bela, com aquele viço que só o bom andamento das coisas pode proporcionar.

A bíblia, ainda é de antes da visita do Nazareno a este mundo e está cheia de passagens sobre estas mulheres sumidas e sobre o que elas fizeram, “mulher virtuosa, seu valor excede o de muitas jóias”.

Cadê gente, as mulheres? Este mundo precisa e muito delas de volta, e nós homens também, até porque ao resgatá-las estaremos resgatando o que se tem de bom em nós mesmos.